Na última semana, vimos o fim das fases regulares do CBLOL e do CBLOL Academy, com Flamengo, Red Canids, Loud e Vorax classificados em ambos, além de paiN e Kabum passando de fase no CBLOL, e Furia e Rensga no Academy. No passado, a estrutura que hoje recebe o campeonato Academy era utilizada para o Circuito Desafiante, no qual os times competiam pela tão sonhada vaga na primeira divisão. Mas e agora, para que tivemos esses jogos de Terça e Quarta?

Em teoria, uma liga Academy serve para que novos jogadores possam ser testados em um ambiente competitivo, além de gerar nos titulares a pressão de que eles podem ser substituídos a qualquer momento. Essa foi a promessa feita ao servidor brasileiro para o ano de 2021, e a maioria dos times conseguiu cumprir a missão.

A tabela a seguir mostra todos os jogadores que participaram do CBLOL e do Academy, com seus históricos individuais e desempenhos em ambas as competições:

Nome em verde: promovido durante a competição; nome em vermelho: tirado do CBLOL durante a competição.

Quem foram os jogadores que subiram do Academy para o CBLOL?

Dois jogadores que tiveram uma oportunidade no CBLOL antes do esperado foram Bankai e Mousty, que participaram das 4 primeiras rodadas da liga principal enquanto os coreanos Wiser e Ryan não estavam em solo brasileiro. Porém os brasileiros deixaram a desejar, visto que o time estava mal antes da mudança, e quando a dupla mudou para o Academy, demorou para vencer na outra liga, enquanto o time disparava no CBLOL.

O primeiro jogador a ser “promovido” do Academy para o CBLOL foi o meio Enga, da Rensga, que entrou no lugar de HAUZ. Após 4 jogos, o elenco Academy dos goianos vinha de 3 vitórias seguidas, enquanto os titulares haviam perdido os dois jogos do final de semana anterior. No primeiro jogo a mudança foi positiva, visto que o novo meio venceu o Cruzeiro, mas logo o time voltou a perder, enquanto o Academy manteve a fase mesmo com a troca de jogadores.

Na semana seguinte, tanto Furia quanto INTZ vinham fazendo campanhas péssimas no CBLOL, e resolveram mexer nos seus elencos, trazendo Tyrin e Gyeong respectivamente para a competição principal. O time Academy da Furia vinha fazendo uma campanha impressionante, enquanto a INTZ vinha tendo problemas de comunicação em seu elenco principal. Enquanto os intrépidos conseguiram surpreender numa vitória contra a Kabum, que vinha bem com os reforços internacionais, a Furia continuou sem encontrar a vitória, mesmo com boas atuações do novo Topo.

Na metade do campeonato, a Loud queria recuperar a boa fase das primeiras rodadas, e trouxe Mewkyo para o CBLOL. A mudança deu certo, e o novo caçador deu vida nova à equipe. Com uma proposta semelhante, a Rensga colocou Zirigui para jogar no mesmo final de semana, porém a equipe goiana não conseguiu voltar a vencer. Neste ponto da competição, dos 5 jogadores que começaram no Academy e estavam jogando nos finais de semana, o caçador da Loud era o único com mais vitórias do que derrotas.

O próximo jogador a ter uma chance foi Piloto, que individualmente teve seus momentos, mas o elenco do Cruzeiro como um todo vinha de péssima campanha e precisava de mais mudanças. Assim como a maioria das substituições até aqui, seu começo de CBLOL foi marcado por derrotas, não mudando em nada a posição problemática da equipe.

No sétimo final de semana a Furia ainda não havia resolvido seu problema no CBLOL, e trouxe a bot lane ST3PZ e ProDelta para jogar na liga principal. Depois de trocar 3 dos 5 jogadores da primeira rodada, a equipe fez um final de semana 1/1, pegando uma vitória em cima da Kabum, mas isso não foi o bastante para o time sair da lanterna ao lado de Cruzeiro e Rensga, os três praticamente de fora da briga pelos Playoffs. Enquanto isso, no Academy, o time continuou ganhando, e o atirador Beenie voltou ao CBLOL após uma semana.

Atrás de um milagre, o Cruzeiro trouxe Sephis e Drop para a penúltima semana do CBLOL, e para a surpresa de todos a equipe conseguiu manter a calma e buscou uma virada impressionante contra a então quarta colocada LOUD, e também no confronto direto contra a Furia. Apesar de não valer mais nada, o time finalmente pareceu se encontrar, com 3 membros promovidos do Academy.

Na última semana, a Rensga já estava classificada no Academy e sem chances no CBLOL, e apesar do elenco alternativo ter tido um desempenho melhor no Split, todos os jogadores foram mudados, dando a Bydeki, Erasus e Kennedys uma chance de jogar o CBLOL, enquanto colocava o elenco que a organização julgou melhor nos playoffs do Academy. A Furia também se encontrava na mesma situação, mas apenas a Botlane foi trocada para os Playoffs.

Quais times usaram bem o CBLOL Academy?

Tabelas dos dois campeonatos lado a lado

Primeiramente, vamos falar das equipes que não precisaram trocar jogadores entre os campeonatos. Ao comparar as duas tabelas, rapidamente notamos que o Flamengo ficou no G2 nos 2 campeonatos, mesmo tendo pisado no freio nas últimas semanas. Todos os jogadores do Academy mereceriam a promoção, mas a equipe titular também fez uma boa campanha e ninguém foi mudado. Além do rubro-negro, temos a Vorax, que revezava seu elenco dentro do Academy a toda rodada, e mesmo assim conseguiu sua vaga nos playoffs, enquanto o time do CBLOL foi constante, e constantemente bom. A Red Canids também quase não fez mudanças, apenas trocando o toplaner do Academy, e se classificou no CBLOL e no Academy.

Já outros times aproveitaram que o formato incentivava o rodízio de jogadores, e quando o desempenho piorava iam atrás de mudança. A Loud começou muito bem o CBLOL, mas teve uma recaída e trouxe o caçador do Academy para consertar o time, mantendo o quarto lugar nos dois campeonatos. Antes tarde do que nunca, a Furia viu seu elenco Academy ser líder, enquanto no CBLOL sofria derrota atrás de derrota. Com muitas trocas entre os elencos, nas últimas rodadas a equipe encontrou uma formação que, se mantida, pode brigar por algo no segundo Split. Uma situação similar ocorreu com o Cruzeiro, que não conseguia resultados em nenhum dos campeonatos, e apenas depois de estar eliminado montou uma formação que pode vir a ser competitiva.

Alguns times até gostariam de mudanças, mas a situação no Academy estava pior que no CBLOL. INTZ e Kabum, que brigaram pela última vaga dos playoffs, viram seus elencos no Academy realizarem diversas trocas de jogadores, mas sem nunca encontrar uma formação capaz de engrenar na competição, mesmo com os muitos jogadores intrépidos e os coreanos que chegaram para salvar os ninjas com duas semanas de atraso. A paiN também esteve em situação semelhante, mas seu elenco principal reestruturou suas estratégias sem mudar jogadores e se encontrou no CBLOL, enquanto o Academy revezava bastante, mas não alcançou a vaga na próxima fase.

O último caso foi o da Rensga, a equipe que mais revezou jogadores entre CBLOL e Academy. Independentemente de quem estava jogando, os goianos jogavam muito bem no Academy, mas chegavam no CBLOL e perdiam para a maioria das equipes. Na última semana, já eliminadas em uma e classificadas na outra, a organização inverteu todos os jogadores de uma vez, colocando o elenco que julgava melhor para disputar os playoffs no Academy, enquanto dava aos atletas que ganharam a maioria dos seus jogos a chance de perder no CBLOL.

Quais jogadores se deram bem com o novo sistema?

No formato antigo, eram 8 times CBLOL e 6 times de Circuitão, que somavam 70 vagas. Mesmo que todos usassem os 2 reservas disponíveis, o que era raríssimo, teríamos 98 jogadores no melhor cenário possível. Mas o formato com Academy abre oportunidades para 100 jogadores todas as semanas, e com isso vimos 116 jogadores participarem dos campeonatos da Riot neste Split. Além disso, dentre esses jogadores 24 participaram pela primeira vez de uma equipe de Lol de nível profissional, distribuídos entre quase todas as equipes.

No quesito promoção, vimos ao longo do Split 17 jogadores participarem do Academy e serem promovidos para o elenco CBLOL após um bom desempenho na primeira liga. Porém a maioria desses jogadores não estava totalmente pronta para o nível mais alto de competição, afinal apenas 4 ganharam mais do que perderam no CBLOL: Mewkyo, que reverteu a situação da Loud ganhando 7 e perdendo apenas 3 jogos, ST3PZ, que esteve presente em 3 das 5 vitórias da Furia, enquanto perdeu apenas 1, e a dupla cruzeirense Sephis e Drop, que teve o mesmo desempenho do atirador alvinegro. Todos os outros, apesar de terem tido a oportunidade, não conseguiram ter um bom desempenho no CBLOL. Em sua defesa, a maioria das mudanças foi em times que já não estavam bem, mas ainda assim indica que alguns talvez passem mais um tempo no Academy no segundo Split.

Ao final da fase regular, a principal revelação foi indiscutivelmente o atirador Drop, do Cruzeiro, que foi eleito pelo público o melhor jogador promovido na competição, com 58,7% dos votos. Além disso, foi o jogador com a segunda maior média de abates por partida no CBLOL, atrás apenas de Titan. Outro atirador de destaque foi Netuno, do Flamengo Academy. Apesar de ninguém ter sido testado na liga principal, todo esse elenco jogou muito bem durante a competição, e se estivessem em qualquer outra organização provavelmente teriam sido promovidos. Caso o elenco titular da organização se mantenha, talvez ocorra um desmanche no segundo elenco para terem oportunidades no CBLOL por outras equipes. E finalizando, nesse campeonato vimos 3 jogadoras mostrarem sua habilidade, e a caçadora Liz, que assumiu a Loud Academy após a promoção de Mewkyo, e mostrou que elas também sabem jogar. Agora para o próximo Split é torcer que todas continuem jogando, e que outras garotas tenham a mesma oportunidade em nossos campeonatos.